Se você quer degustar bons vinhos e aprender sobre as diferentes variedades que o Chile oferece, mas não está afim de destinar muitas horas do dia nesse passeio, a Viña Santa Carolina é uma excelente opção.
Localizada dentro da cidade de Santiago, a passos da estação do Metrô Rodrigo de Araya (Linha 5), a Viña Santa Carolina é uma das vinícolas mais antigas do Chile. Com uma tradição de 142 anos, foi fundada em 1875 por Luís Pereira, e deve seu nome à esposa dele, Carolina Íñiguez. Em 2010, o terremoto provocou sérios danos e a vinícola foi fechada até 2015, quando voltou a abrir suas portas após uma reforma.
Embora hoje não conte com vinhedos, e que o terreno onde está localizada seja bem menor do que era antes, a Viña Santa Carolina oferece dois tours guiados que são muito interessantes. O primeiro deles considera um percurso de aproximadamente 45 minutos e três degustações. A segunda alternativa passa pelos mesmos lugares e a diferença são os tipos de vinhos que o visitante pode degustar.
A visita, guiada e em português, começa nos jardins da vinícola que, após a reforma, são regados com água reciclada proveniente da planta de engarrafamento que funciona no terreno ao lado. Entre árvores e plantas centenárias, o jardim destaca pela presença de árvores típicas do Chile, como a Araucária e a Palma chilena.
A seguir os visitantes percorrem o casarão que foi construído para que o primeiro enólogo da vinícola, o francês Germain Bachelet, morasse lá. Trata-se de uma casa colonial de paredes de adobe – material típico da construção colonial chilena, feito à base de barro e palha – e telhas de barro, que hoje alberga as dependências onde os funcionários desempenham suas funções diárias. O que era a sala de jantar onde na época eram recebidas as visitas importantes, ainda hoje mantém intactos os móveis daquela época. Nesse ponto também é realizada a primeira degustação com um vinho branco Sauvignon Blanc da linha Reserva.
A segunda parada é numa área de armazenagem dos antigos barris de madeira com vinho e também de um setor onde os vinhos eram processados em tonéis. Nesse ponto acontece a segunda degustação, desta vez um vinho tinto Petit Verdot da linha Gran Reserva.
Descendo por umas escadas, os visitantes têm acesso a um lugar silencioso e escuro onde ficam as adegas. Impressiona a arquitetura do lugar, feita seguindo os moldes romanos, mas com tijolos e uma argamassa muito popular no Chile na época e que é conhecida como cal y canto. Trata-se de uma mistura de cal e ovos que gera um poder aglutinador que permanece intacto até hoje, resistindo diversos terremotos sem problemas. É nessa adega onde é degustado o terceiro vinho, também tinto, embora desta vez a cepa selecionada foi a Carmenere, ícone do Chile, da linha Reserva de Família.
Finalmente, os visitantes chegam a outro setor da vinícola, onde podem degustar mais vinhos – desta vez pagando por cada taça – e recebem ajuda personalizada no caso de querer comprar algum souvenir ou garrafas de vinho para levar.
De uma forma ágil, a Viña Santa Carolina oferece uma alternativa para conhecer um pouco da história dos vinhos com os quais é famosa no Brasil e no mundo. E parte dessa fama foi o que permitiu que essa vinícola fosse eleita em 2015 como a melhor vinícola do Novo Mundo pela prestigiosa revista americana especializada em vinhos, Wine Enthusiast. Um prêmio que bem justifica uma visita a uma das vinícolas mais tradicionais do Chile.
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